Universidade de Évora celebrou 40 anos de vida universitária

40 anos passaram sobre a refundação da Universidade de Évora. Para assinalar a efeméride, decorreu no auditório do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, no dia 29 de maio, uma conferência intitulada “1973 -2013: 40 Anos de Vida Universitária e os Novos Desafios”. Um momento de celebração e reflexão, que contou com presenças de peso, ligadas à história da Universidade e representativas dos panoramas politico e educativo português.

Graças ao Decreto-Lei n.º 402/73 de 11 de Agosto, da responsabilidade do então Ministro da Educação Nacional, o Professor Veiga Simão, foi ampliada e diversificada a rede de estabelecimentos de ensino superior no território nacional, resultando no que são hoje a Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Aveiro, Universidade do Minho, Universidade de Évora, Universidade da Beira Interior e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

A conferência abriu com a leitura da mensagem do Ministro da Educação e Ciência, o Professor Nuno Crato, ao qual se seguiu a mensagem de boas-vindas do Reitor da Universidade de Évora, o Professor Carlos Braumann, que referiu que “os progressos realizados desde a criação até hoje são extraordinários: crescemos no volume e diversidade do que fazemos e crescemos na qualidade das funções que exercemos em prol da comunidade”. Acrescentando que “hoje é um dia de celebração; não para alimentar qualquer nostalgia do passado, mas para, conscientes das insuficiências a colmatar e erros a corrigir, e orgulhosos do muito que construímos neste curto período, refletir sobre o futuro pleno de incógnitas, que com inteligência, esperança e paixão, queremos construir em prol da comunidade que servimos”.

 A mesa da sessão de abertura contou também com a presença do Professor António Rendas, Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e com o Dr. Paulo Figueira, em representação da Associação Académica da Universidade de Évora.

O Professor Veiga Simão abriu os trabalhos com a conferência "O contexto político da instituição das novas Universidades no início dos anos 70 do século XX", em que falou do “pensamento e da acção que sustentaram” a Reforma Educativa no estertor do regime de Marcelo Caetano. Medida classificada pelo próprio à época como “transcendente e histórica”, que visava “proclamar que um homem mais culto é um homem mais livre, que uma nação que não cultiva a inteligência está perdida e que é urgente descongelar a inteligência perdida nos ribeiros do interior”.

A manhã terminou com um debate sobre as intervenções integradas no painel “O desafio do desenvolvimento regional e o papel das Instituições de Ensino Superior”, que contou com as intervenções do Professor José Mendes, Vice-Reitor da Universidade do Minho, do Professor Carlos Sequeira, Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e do Dr. Vítor Bento, Presidente do Conselho de Administração da SIBS, moderado pelo Deputado José Ribeiro e Castro, Presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura.

Para a tarde ficaria reservada a intervenção do Professor Marçal Grilo, Administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, depois de um painel dedicado ao tema “Pensar a Universidade hoje: funções e lugares”, moderado pelo Professor João Queiroz, Reitor da Universidade da Beira Interior, com o Professor João Paulo Crespo, Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, o Professor Manuel Assunção, Reitor da Universidade de Aveiro e com Adriano Moreira, Professor Jubilado da Universidade Técnica de Lisboa.

O Professor Adriano Moreira, numa das intervenções mais longas do dia, veio “falar de algumas inquietações em relação ao sistema em que estamos a viver”, mencionando que “estamos a fazer 40 anos de um sistema implantado em Portugal que foi implementado a poucos meses do fim do Império Euro-mundista, e o mundo passou logo a ser outro. E portanto, [a Reforma] foi inspirada por um mundo que estava a acabar. Eu julgo que estamos hoje reunidos num mundo que já acabou. E isso deve-nos naturalmente inspirar no sentido de avaliar bem por que é que isto aconteceu”. Na sua intervenção houve ainda espaço para situar a Universidade no contexto globalizado actual, reflectindo sobre temas como a Internacionalização, a importância do conhecimento ou a influência e fronteiras do espaço europeu.

"Que futuro para as Universidades em Portugal?" foi o título da comunicação de Eduardo Marçal Grilo,  em que deixou patente que o que entende “é que existe uma necessidade evidente de transformar a Universidade, colocando-a mais próxima das grandes questões do nosso tempo, mas sem pôr em causa a sua liberdade institucional, científica e académica, que em qualquer circunstância é um valor inalienável e inerente à própria instituição universitária. Relativamente à Internacionalização da Universidade, refere que “importa sublinhar que a Universidade dos dias de hoje se bate com uma questão central quanto ao papel que deve desempenhar nos diferentes campos de atuação, nomeadamente na definição clara dos cursos, dos projectos e da ação concreta que cada universidade deve adotar no seu projeto, tendo em conta os níveis regional, nacional e internacional”.

O evento encerrou com as intervenções do Reitor da Universidade de Évora e do Presidente do Conselho Geral, Dr. Armindo Monteiro.

Publicado em 08.06.2013
Fonte: GabCom | UÉ